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Publicada em 30/03/16 às 09:21h - 314 visualizações
PMDB rompe com o governo e busca papel de protagonista na política nacional
“Estamos vivendo um momento histórico”, disse o senador Romero Jucá (PMDB-RR) durante o anúncio da saída.

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PMDB tem chances reais de voltar ao comando do país sem ter sido diretamente eleito.  (Foto: Agência Brasil)
O PMDB anunciou nesta terça-feira o rompimento com o governo federal, o que eleva consideravelmente o risco de Dilma Rousseff sofrer um impeachment e de o país passar a ser comandado pelo vice Michel Temer, presidente da sigla desde 2001.

"Estamos vivendo um momento histórico", disse o senador Romero Jucá (PMDB-RR) durante o anúncio da saída.

O fim dessa estremecida relação ocorre no momento em que o governo está mais frágil, atingido pela crise econômica e pela escalada de acusações e protestos pedindo o afastamento de Dilma.

Caso a presidente sofra mesmo um impeachment, o controle do Brasil cairá novamente no colo do partido após um momento de instabilidade política. Mesmo sem jamais ter conseguido eleger diretamente um presidente, nas últimas três décadas a legenda esteve quase sempre muito próximo do poder como aliado do governo, independente de qual fosse seu espectro ideológico - se mais à esquerda ou à direita.

Para cientistas políticos ouvidos pela BBC Brasil, tratou-se de uma estratégia deliberada da sigla, que chegou ao poder pela primeira vez indiretamente com a posse de José Sarney, vice do falecido Tancredo Neves, em 1985.

Depois disso, após duas tentativas frustradas de eleger um presidente em 1989 e 1994, os peemedebistas entenderam que teriam mais sucesso alcançando grandes bancadas na Câmara e no Senado, tornando seu apoio algo fundamental para a governabilidade.

A estratégia tem sido exitosa para o partido, que tem aumentado cada vez mais seu espaço na Esplanada dos Ministérios. No entanto, apesar de terem recebido sete pastas na última reforma realizada por Dilma, os peemedebistas diziam se ressentir de não ter poder decisório na formulação das políticas públicas.

"O PMDB, do Sarney para cá, sempre esteve no governo, mas nunca esteve no poder", afirma Ibsen Pinheiro, presidente da sigla no Rio Grande do Sul, um dos principais focos de oposição à Dilma.

Vinte anos sem lançar candidato

Apesar de ser o maior partido do país, o PMDB não lança candidato a presidente desde 1994, quando Orestes Quércia recebeu apenas 1,24% dos votos, ficando em sexto lugar. Em 1989, Ulysses Guimarães - o "pai da Constituinte" - levou 4,7% dos votos, amargando o sétimo lugar na disputa.

"Foram duas derrotas fragorosas", resume Antonio Lavareda, professor de ciência política da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).

Na sua avaliação, esse fiasco tem a ver com o fracasso do governo José Sarney (1985-1990) no plano econômico. Em 1986, embalado pelo sucesso momentâneo do Plano Cruzado, que congelou os preços para estancar a inflação, o partido elegeu 22 dos 23 governadores. Logo após as eleições estaduais, o congelamento acabou, levando a uma disparada dos preços e da insatisfação popular.

"A população entendeu que houve estelionato eleitoral e não perdoou o partido nos pleitos presidenciais seguintes", diz Lavareda.

Depois disso, avalia o professor, o PMDB entendeu que o melhor era se fortalecer regionalmente e eleger grandes bancadas de parlamentares.

"Derrotado duas vezes, (o partido) desenvolveu a estratégia de não disputar a cadeira presidencial e fazer alianças regionais, alianças estratégicas nos Estados, elegendo em alguns lugares governadores e senadores, mas sempre bancadas de expressão na Câmara que facultem sempre a participação no governo federal seja à esquerda ou à direita", explica.

"Essa bancada serve também para o PMDB ter fundo partidário e tempo de televisão, o que torna as alianças com o partido uma coisa muito apetitosa nos momentos eleitorais."

O PDMB não participou do início do governo Itamar Franco, que assumiu definitivamente a Presidência em dezembro de 1992, após o impeachment de Fernando Collor. O partido era, inclusive, crítico ao novo governo. Itamar voltou à sigla posteriormente, ainda durante sua gestão.




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